Porque sofremos tanto!
Na verdade sofremos pelas mais variadas razões. No entanto,
quase todos queremos livrar-nos desse sofrer sem o mínimo de esforço. Nada na
vida se consegue sem o mínimo esforço e neste caso, é necessário que sejamos
capazes de perceber porque estamos a sofrer, pelo quê ou por quem.
Convém escrever tudo o que ao longo da vida nos causou
sofrimento e reflectir sobre os prováveis motivos. Escrever ajuda!
Feito um estudo, a propósito, percebemos que alguns desses
motivos são muito comuns tais como os que vou enumerar:
Não ter consciência do próprio valor, melhor dito, não ter
auto-estima.
Quem não tem
consciência do seu próprio valor, enquanto pessoa, sentirá dificuldades em todas
as áreas da sua vida, podendo levar-se a acreditar que não consegue nada na
vida, sentindo-se inútil, frustrada, mal-amada…
Comecemos então a
pensar sobre o que terá gerado sentirmo-nos assim. O que podemos ter feito ou
colaborado para não percebermos o nosso valor?
Será que conhecemos alguém que perdeu o emprego e ficou em
depressão ou tentou se suicidar? Isso, realmente, pode acontecer quando a
pessoa só reconhece o seu valor perante o cargo que ocupa, o poder que exerce…e,
se perde isso, sente como se todo o seu valor fosse perdido.
Urge ter consciência do próprio valor independentemente
daquilo que se tem ou do que se faz, perceber o seu valor enquanto ser humano,
independentemente de cargos, contas bancárias, poder ou estatuto social.
Todos nós sabemos que a nossa sociedade valoriza muito as
pessoas por aquilo que possuem em bens materiais e não pelos seus valores
enquanto pessoa. Está na hora de aprendermos a olhar bem para dentro de nós
mesmos e reconhecermos os nossos reais valores. Uma vez reconhecidos aprendamos
a dar valor a tua o que de bom existe em nós, como solidariedade, amizade,
cumplicidade, amor...
Quais são os principais sintomas de baixa-autoestima? Leia e
veja se os reconhece em si:
- Uma necessidade de aprovação e de reconhecimento por parte
dos outros. Necessidade de sentir o agrado por tudo o que faz!
- Dependência financeira e emocional.
- Não acredita em si mesmo sentindo-se por isso muito inseguro(a)
e timido(a).
- Não se permite errar, o que dizemos, altamente perfeccionista.
- Sentimento de não ser capaz de realizar nada, com sucesso.
- Não acredita em nada, em ninguém, porque na verdade, não
acredita em si mesmo. O passo para resolver este sintoma é mesmo ser capaz de
acreditar em si mesmo.
- Dúvidas constantes, de tudo, de todos, duvida do seu
próprio valor
• Depressão,
caracteriza-se pela perda de prazer nas atividades diárias (anedonia), apatia,
alterações cognitivas(diminuição da capacidade de raciocinar adequadamente, de
se concentrar ou/e de tomar decisões), psicomotoras (lentidão, fadiga e
sensação de fraqueza), alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo
ocorrer também hipersonolência), alterações doapetite (mais comumente perda do
apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite), redução do interesse
sexual, retraimento social, ideação suicida e prejuízo funcional significativo
(como faltar muito ao trabalho ou piorar o desempenho escolar)
• Ansiedade é uma característica biológica do ser humano,
que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações
corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração
batendo rápido, medo intenso, aperto no tórax, transpiração, e outras
alterações associadas à disfunção do sistema nervoso autónomo.
• Inveja é
um sentimento de tristeza perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem.
Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode
ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser).
• A inveja
pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades
de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la,
seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual.
• Medo é
uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de
fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como
psicologicamente
• Raiva é um sentimento de protesto, insegurança,
timidez ou frustração, contra alguém ou alguma coisa, que se exterioriza quando
o ego se sente ferido ou ameaçado. A intensidade da raiva, ou a sua ausência,
difere entre as pessoas. Joanna de Ângelis aponta o desenvolvimento moral e
psicológico do indivíduo como determinante na maneira como a raiva é
exteriorizada.
• Agressividade
designa uma tendência especificamente humana marcada pelo carácter ou vontade
de cometer um acto violento sobre outrem. Pode também ser definida como uma
tendência ou conjunto de tendências que se actualizam em condutas reais ou
fantasmáticas, as quais visam a causar dano a outrem, destruí-lo, coagi-lo,
humilhá-lo,
• Vergonha é uma condição psicológica e uma forma de
controle religioso, político, judicial e social, consistindo de ideias, estados
emocionais, estados fisiológicos e um conjunto de comportamentos, induzidos
pelo conhecimento ou consciência de desonra, desgraça ou condenação. O
terapeuta John Bradshaw conceitua a vergonha como a "emoção que nos deixa
saber que somos finitos".
• -
Dificuldade em crescer profissionalmente, porque não acredita em si, porque
duvida dos outros, porque tem medo de arriscar ou até porque o seu orgulho não
deixa pedir ajuda.
• Sentimento
de inferioridade é um sentimento de que
se é inferior a outrem, de alguma forma. Tal sentimento pode emergir de uma
inferioridade imaginada por parte da pessoa afligida. É freqüentemente
inconsciente, e pensa-se que leva os indivíduos atingidos à supercompensação, o
que resulta em realizações espetaculares, comportamento anti-social, ou ambos.
Diferentemente de um sentimento normal de inferioridade, que pode atuar como um
incentivo para o progresso pessoal, um complexo de inferioridade é um estágio
avançado de desalento, freqüentemente resultando numa fuga das dificuldades.
Como podemos perceber, muitos fatores
considerados como causas dos nossos sofrimentos nada mais são do que sintomas
da falta de consciência do valor que se tem.
Como livrar-se desses
sintomas?
Não, não há uma
receita pronta, há sim muito trabalho a fazer em nós, começando por querer conhecer-se
e estar presente nos seus pensamentos, cada vez mais.
O autoconhecimento é o melhor caminho para elevar a auto-estima,
já que, à medida que nos conhecemos, começamos a agir de modo coerente entre o
sentir, o pensar e o agir. Começamos também a s respeitarmo-nos muito mais, não
permitindo que não nos respeitem na mesma proporção. Com isso, começamos a admirar-nos
e a amar-nos (amor-próprio). Posto isto, aquilo que não gostamos em nós, aos
poucos podemos mudar.
Nada é mais libertador
do que ter consciência da pessoa maravilhosa que somos!
Percebamos então que o nosso valor enquanto pessoa não pode
e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que isso
tenha durado toda a vida.
Não permitamos mais ser desrespeitados ou maltratados. Todos
temos potencialidades e capacidades de nos desenvolver e de mudar aquilo que
nos faz sofrer.
O que não gostamos e
o que não gostam em nós, em geral, não fazem parte de nossa essência, o
verdadeiro eu, mas sim das máscaras que um dia nós criamos para nos defendermos.
Esta é a verdadeira causa dos nossos conflitos.
Não, é nada fácil
identificar quais são as nossas máscaras, mas isso, com persistência, vontade
pode ser obtido. Poderemos acelerar o processo através da psicoterapia que
proporciona o autoconhecimento.
São as máscaras criadas, enquanto ainda crianças que,
estando no inconsciente automático, desenvolve-se como uma defesa contra um mundo
hostil. É essa ideia arquivada, se assim se pode dizer, que verdadeiramente,
quando adultos, torna tudo muito difícil, criando conflitos nas relações e
causando muito sofrimento. Por isso o autoconhecimento é necessário, é imprescindível,
na busca pela nossa essência, nosso verdadeiro eu, livre das máscaras que
criamos.
O orgulho,
agressividade, arrogância, não fazem parte da essência do ser humano, são
máscaras criadas como defesas e que depois podem se tornar fonte de muitos
conflitos. Quanto mais nos tornamos conscientes das máscaras que utilizamos,mais controle obteremos sobre elas.
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Os temas assinalados com (ponto) serão desenvolvidos nos posts
seguintes.
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